Uma a cada quatro mulheres tiveram direitos desrespeitados no parto

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Profissionais da saúde defendem maior visibilidade para violência obstétrica

Todo ato desrespeitoso, assédio moral e físico, abuso e negligência é caracterizado como violência obstétrica. / Reprodução

Ofender a mulher na hora do parto, ambiente sem privacidade e acolhimento e várias outras práticas que desrespeitam o direito da mulher em decidir sobre o seu corpo e a forma de trazer ao mundo seu filho são consideradas violências obstétricas. Ou seja, agressão à mulher na hora em que ela mais precisa de respeito e carinho e garantia dos seus direitos. Esse tema foi debatido na audiência pública “Violência Obstétrica e Direitos da Gestante”, na Assembleia Legislativa do Paraná, por iniciativa do mandato do deputado Goura (PDT).

Na audiência, a estudante de pedagogia Luana Oliveira fez relato emocionado do parto da sua segunda filha, realizado em Araucária. “Assim que cheguei ao hospital me falaram que não teria remédio para não ter dor e só para ter dor, no caso a ocitocina. Minha filha ficou presa, pois não tive dilatação. Me negaram o direito de acompanhante, tive privação de água e comida. O médico fez episiotomia sem me perguntar e sem anestesia.” Luana ficou traumatizada e foi buscar terapia.

Para a pesquisadora Mariana Silvino Paris, da Clínica de Direitos humanos da UFPR: “Situações como essa são muito comuns no Brasil, e muitas mulheres nem identificam que estão sofrendo violência obstétrica”. Alguns dados vêm sendo compilados por Ongs e entidades. Segundo a pesquisa da Fiocruz, “Nascer no Brasil”, 37% das mulheres brasileiras sofreu pressão no útero para forçar a descida do bebê e 56% sofreu episiotomia sem autorização. Um estudo de 2010, da Perseu Abramo, concluiu que uma em cada 4 brasileiras já sofreu violência obstétrica.

Edição: Laís Melo

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