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Benedito de Paula Bizerril (Bené) permanecerá entre os nomes que a história não deixará apagar. Seu exemplo de coragem, generosidade e compromisso com a classe trabalhadora o coloca ao lado daqueles que resistiram nos momentos mais sombrios da nossa nação. Sua partida não encerra um ciclo, apenas reafirma a grandeza de uma vida dedicada à justiça e à esperança. Bené não se foi, ele segue presente em cada bandeira erguida em defesa do trabalhador.
A militância de Benedito começou ainda jovem, quando ingressou no curso de Direito da Universidade Federal do Ceará e passou a trabalhar no Banco do Nordeste. Foi ali, no chão do banco e nas assembleias de trabalhadores, que sua consciência política floresceu. Em 1968, já se destacava como liderança na greve dos bancários, um dos primeiros sinais de que sua vida seria marcada pela luta coletiva. Filiado ao PCdoB desde 1966, foi perseguido, preso e torturado durante a ditadura militar, mas nunca se curvou à violência. Na terrível Casa dos Horrores, em Maranguape, resistiu com dignidade, tornando-se símbolo de firmeza e lealdade.
Após a segunda prisão, em 1973, quando o partido sofreu duros golpes, Benedito foi aquele que reuniu os companheiros dispersos, ajudando a reorganizar a militância no Ceará. Mesmo arbitrariamente afastado do Banco do Nordeste, seguiu na linha de frente da luta, agora como advogado trabalhista. Nos tribunais e nas assembleias sindicais, defendeu com o mesmo vigor os direitos dos companheiros, conquistando respeito e admiração de todos que com ele conviveram.
Em quase seis décadas de atuação, Bené foi muito mais do que dirigente partidário, pois foi formador, amigo e referência ética. Ocupou diversas funções na direção estadual do PCdoB, sempre com humildade e compromisso. Cultivava a ternura mesmo na luta mais dura — um traço raro entre os que enfrentam as injustiças do mundo. Nesse momento, o movimento sindical, os companheiros de partido e todos que acreditam em um país mais justo se despedem com emoção e gratidão. Porque homens como Bené não morrem, eles permanecem vivos na memória, nas histórias contadas e nas causas que ajudaram a construir.
Fonte de pesquisa: pcdob.org.br









