MOVA-SE manifesta profunda preocupação e indignação diante da escalada da violência

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O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará (MOVA-SE) manifesta profunda preocupação e indignação diante da escalada da violência que atinge o Rio de Janeiro, sobretudo, a população trabalhadora e as comunidades periféricas.

O que se vive hoje nas favelas do Rio não é apenas resultado da criminalidade, mas de um projeto de Estado que falha em garantir direitos fundamentais, como segurança pública cidadã, educação, saúde e dignidade, sem interesse real em atacar o centro financeiro do narcotráfico, as rotas de chegada das armas que estão nos bairros de elite burguesa e nas favelas, sem questionar a própria indústria armamentista. Age sem atacar políticos envolvidos com as facções. Um Estado mergulhado em um racismo estrutural que encurrala, põe na miséria, ataca e mata gente negra e pobre todos os dias. A extrema-direita do Rio de Janeiro (da qual o governador Cláudio Castro e parte do poder executivo fluminense faz parte) e de vários outros cantos do país insiste fazer propaganda cínica e sanguinária de um falso combate ao crime organizado, alimentando uma narrativa vazia ao promover tribunais mortais de rua, incentivo ao armamentismo e esvaziamento do entendimento sobre paz e segurança no seio da população.

A esquerda organizada, por outro lado, precisa estar cada vez mais presente nos espaços de debate, participação social e lutas do movimento negro e das lutas em bairros e favelas. Cobrar também o Estado, e de quem se coloca a favor do povo na institucionalidade, por políticas públicas que fomentem geração de emprego, educação laica e contextualizada com a realidade, debater profundamente a política de combate às drogas sem moralismo, fomentar espaços cultura e lazer.

Repudiaremos sempre que o Estado, para um fim racista, eleitoreiro e cínico, opte por operações policiais violentas que desrespeitem a vida, a Constituição e os direitos humanos, atingindo inocentes, trabalhadores e trabalhadoras. Inadmissível ver crianças e adolescentes presenciando e naturalizando a forma que o Estado brasileiro, o narcotráfico, a extrema-direita e as facções as tratam. Não é aceitável que o Estado trate territórios inteiros como inimigos, quando deveria ser o primeiro a proteger sua população.

O MOVA-SE, como entidade do movimento sindical, reafirma seu compromisso com a defesa da vida, da paz e da justiça social, e se solidariza com as famílias atingidas pela violência. Reforçamos que a segurança pública deve ser pautada pelo diálogo, pela prevenção e pela participação social, não pela lógica da guerra e politicagem. Que o movimento sindical seja mais presente nas lutas do povo negro, no campo e na cidade, ajudando em uma outra escalada: a do o povo trabalhador fazendo sua própria política!

É hora de unir vozes em todo o país pela construção de um Brasil onde o povo possa viver sem medo.

MOVA-SE pela vida. MOVA-SE por justiça. MOVA-SE pela paz!

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