Governo abre diálogo e centrais vão às ruas por revogação das medidas

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Na reunião, convocada pelo governo, as centrais reivindicaram a revogação das medidas que alteraram a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas, como seguro-desemprego, auxílio-doença e pensão por morte, entre outras. Para as centrais, as alterações consistem na perda de direitos dos trabalhadores.


“Deixamos claro que vamos as ruas, mobilizar os trabalhadores porque depois de tudo que fizemos e do projeto que ajudamos a eleger essas medidas estão na contramão, pois sacrificam o trabalhador. Não há contradição de apoiarmos um projeto mudancistas e, ao mesmo tempo, pressiona-lo para que possa encontrar o caminho para avançar nas mudanças”, enfatizou Adílson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). As centrais já definiram uma agenda de manifestações que inicia com o Dia Nacional de Lutas, em 28 de janeiro, e culmina com uma grande marcha em 26 de fevereiro.


As centrais também manifestaram-se contrários as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como a retomada da cobrança da Cide sobre a gasolina e aumento do IOF sobre operações de crédito. Para os representantes das centrais, as medidas terão impacto sobre o consumo e, consequentemente, sobre o mercado de trabalho.


Na reunião, os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-geral da Presidência), Nelson Barbosa (Planejamento), Manoel Dias (Trabalho) e Carlos Gabas (Previdência) tentaram justificar as alterações como medidas para corrigir distorções, mas propuseram uma negociação. “Apresentamos às centrais as razões técnicas que levaram o governo a adotar as medidas ainda em 2014. Para que elas tenham validade a partir de 2016, não podemos desistir delas. Mas abrimos o debate sobre o conteúdo dessas medidas provisórias”, disse o ministro Miguel Rossetto, que não descartou a possibilidade de alterações.


“Precisamos lutar incessantemente para reverter essas medidas. O governo não dá sinais de que vá reverter, embora tenha assumido o compromisso de continuar dialogando”, destacou Araújo. No encontro ficou acertado que na próxima semana a equipe técnica das centrais vão se reunir com técnicos do governo para debater as medidas. “Evidentemente que a nossa análise não é técnica, mas política e ao tomar essas medidas o governo demostra claramente que vai cortar do lado mais fraco”, completou o sindicalista.


“Não abrimos mão dos direitos, nem que a vaca tussa”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, em referência a frase que virou tema da campanha eleitoral da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Freitas, o Brasil enfrentou a crise internacional “não sendo ortodoxo e não aceitando a linha tradicionalmente sugerida por organismos como o Fundo Monetário Internacional”.


Algumas centrais cogitam a possibilidade de ir à Justiça para impeas mudanças nos casos de pensão por morte, auxílio doença e abono salarial, presentes em Constituição. “Vamos analisar e atacar com todas as nossas possibilidades, inclusive as jurídicas”, afirmou o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.


Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos

Com informações de agências

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