Desde o início deste mês, servidores públicos do Estado enfrentam dificuldades para realizar exames e consultas médicas, internamento de emergência e urgência e cirurgias pelo plano de saúde Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará (Issec). O motivo é a falta de repasses do Governo do Estado aos hospitais e médicos credenciados.
Ao todo, o plano atende cerca de 150 mil servidores ativos e inativos. Em nota, o Governo do Estado informou que o atendimento estará normalizado até o final de março.
“Os servidores estão desassistidos. Já faz quase 30 dias que os hospitais credenciados estão deixando de atender. E as cirurgias também estão parando”, disse o presidente da Associação dos Hospitais do Estado do Ceará (Ahece), Aramicy Bezerra Pinto. Segundo ele, os hospitais e médicos credenciados estão sem receber repasses do Estado desde outubro do ano passado.
“Isso tem impactado não só os hospitais, agora o problema está chegando aos consultórios médicos”. Aramicy Pinto estima que, dos 150 mil servidores atendidos, aproximadamente um terço dependa exclusivamente do Issec para realização de procedimentos médicos.
Em nota, a Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), que respondeu em nome do Issec, informou que “já foi aprovada a programação financeira de pagamento do passivo da ordem de R$ 20 milhões à Rede Credenciada e, até o final de março, o atendimento estará normalizado.”
Segundo a secretaria, o passivo se deve ao aumento significativo, no exercício de 2014, da prestação de serviços de saúde para os servidores civis e militares, especialmente na área hospitalar.
Interior
De acordo com o presidente da Ahece, no Interior não há hospitais credenciados e, na Capital, os hospitais Uniclinic, Otoclínica, Gastroclínica, São Raimundo, Cura d’Ars, Prontocárdio e Luiz França suspenderam o atendimento.
A Seplag afirmou que permanece o atendimento no Hospital Central (SOS) e os serviços de clínicas eletivas (consultas), psicologia, fisioterapia e exames urgentes.
O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual no Ceará (Mova-se), Flávio Remo, disse que durante o último fim de semana recebeu eclamações de servidores que não estariam sendo atendidos na rede credenciada.
O mesmo relatou o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE), Helder Nogueira Andrade. “Para nós é uma situação inadmissívelm.”
No dia 6 de fevereiro, O POVO publicou o caso da servidora pública Natércia Pereira Sucupira, 50, que não conseguiu que sua filha, que estava em trabalho de parto, fosse atendida em um hospital credenciado. Após a recusa, a servidora relatou que teve de desembolsar R$ 2.800 para pagar pela cesárea.
SERVIÇO
Atendimento aos beneficiários do Issec
Quando: segunda-feira a sexta-feira, de 8h às 16h30min
Onde: Rua Senador Pompeu, 685
Outras informações: (85) 3101.4901 e (85) 3101.4902
Fonte: Jornal O POVO