ONU pede que países se unam em um plano global de vacinação e no combate a distribuição desigual de imunizantes.
O Ministério da Saúde informou que vai disponibilizar, até julho, 230 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus. O planejamento conta com imunizantes ainda não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como o russo Sputnik V e o indiano Covaxin.
Em reunião com governadores nesta quarta-feira (17), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apresentou os contratos para compras de mais vacinas e detalhes sobre o cronograma de entrega e a quantidade adquirida.
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Em nota, a pasta informou que os acordos de compra com os laboratórios responsáveis pela Sputnik V e a Covaxin devem ser fechados ainda nesta semana. No entanto, os processos para autorização dos imunizantes na Anvisa nem mesmo começaram.
A Bharat Biotech, empresa responsável pela Covaxin ainda não deu entrada no pedido de registro. Já a Sputnik V ainda não é considarada uma vacina em testes no Brasil pela Anvisa.
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, 2 milhões de doses da AstraZeneca/Fiocruz, importadas da Índia, e 9,3 milhões da Sinovac/Butantan, produzidas no Brasil serão entregues ainda este mês. No mês seguinte, estão previstas outras 34,9 milhões.
ONU quer imunização global
O Organização das Nações Unidas quer comprometimento das nações para um plano de imunização global, com garantias de igualdade na distribuição. O secretário-geral da entidade, Antônio Guterres, afirmou que as principais economias do planeta têm condições de agir.
Ele alertou que apenas 10 países detêm 75% de todas as doses do mundo. Há 130 regiões que ainda não receberam nenhum imunizante. Guterres cobrou ação dos que “que têm o poder necessário, a experiência científica e as capacidades de produção e financeiras”.
Ainda de acordo com o secretário-geral da ONU, sem o controle do vírus em todo o mundo, as mutações vão continuar ocorrendo e a pandemia será prolongada “significativamente”.
“Se permitirmos que o vírus se espalhe como um incêndio no sul global, ele sofrerá mutações continuamente. As novas variantes poderiam ser mais transmissíveis, mais mortais e, potencialmente, ameaçar a eficácia das vacinas e dos diagnósticos atuais”, ressaltou Guterres.
Números da pandemia
Nesta quarta-feira (17), o Brasil registrou 56.766 novos casos de covid-19, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O total de contaminados desde que o vírus foi registrado pela primeira vez ultrapassou 9,9 milhões.
A média móvel de óbitos está acima de mil desde 21 de janeiro. O cálculo é feito a partir da soma de todos os registros dos últimos sete dias, dividida por sete. Somente nas últimas 24 horas houve a confirmação de 1.150 casos fatais e o total de vidas perdidas para a covid chegou a 242.090.
Saiba o que é o novo coronavírus
É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.
Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.