Contando com vacinas não autorizadas, governo promete 230 milhões de doses até julho

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ONU pede que países se unam em um plano global de vacinação e no combate a distribuição desigual de imunizantes.

A health professional prepares a Sinovac Biotech’s CoronaVac vaccine against COVID-19 at the Sao Mata Verde Bonita tribe camp, in Guarani indigenous land, in the city of Marica, Rio de Janeiro state, Brazil, on January 20, 2021, amid the new coronavirus pandemic. (Photo by Mauro Pimentel / AFP)

O Ministério da Saúde informou que vai disponibilizar, até julho, 230 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus. O planejamento conta com imunizantes ainda não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como o russo Sputnik V e o indiano Covaxin.

Em reunião com governadores nesta quarta-feira (17), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, apresentou os contratos para compras de mais vacinas e detalhes sobre o cronograma de entrega e a quantidade adquirida.

Mais sobre o tema: Anvisa quer veto à redução do prazo para autorização de vacinas contra a covid

Em nota, a pasta informou que os acordos de compra com os laboratórios responsáveis pela Sputnik V e a Covaxin devem ser fechados ainda nesta semana. No entanto, os processos para autorização dos imunizantes na Anvisa nem mesmo começaram.

A Bharat Biotech, empresa responsável pela Covaxin ainda não deu entrada no pedido de registro. Já a Sputnik V ainda não é considarada uma vacina em testes no Brasil pela Anvisa.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, 2 milhões de doses da AstraZeneca/Fiocruz, importadas da Índia, e 9,3 milhões da Sinovac/Butantan, produzidas no Brasil serão entregues ainda este mês. No mês seguinte, estão previstas outras 34,9 milhões.

ONU quer imunização global

O Organização das Nações Unidas quer comprometimento das nações para um plano de imunização global, com garantias de igualdade na distribuição. O secretário-geral da entidade, Antônio Guterres, afirmou que as principais economias do planeta têm condições de agir.

Ele alertou que apenas 10 países detêm 75% de todas as doses do mundo. Há 130 regiões que ainda não receberam nenhum imunizante. Guterres cobrou ação dos que “que têm o poder necessário, a experiência científica e as capacidades de produção e financeiras”.

Ainda de acordo com o secretário-geral da ONU, sem o controle do vírus em todo o mundo, as mutações vão continuar ocorrendo e a pandemia será prolongada “significativamente”.

“Se permitirmos que o vírus se espalhe como um incêndio no sul global, ele sofrerá mutações continuamente. As novas variantes poderiam ser mais transmissíveis, mais mortais e, potencialmente, ameaçar a eficácia das vacinas e dos diagnósticos atuais”, ressaltou Guterres.

Números da pandemia

Nesta quarta-feira (17), o Brasil registrou 56.766 novos casos de covid-19, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O total de contaminados desde que o vírus foi registrado pela primeira vez ultrapassou 9,9 milhões.

A média móvel de óbitos está acima de mil desde 21 de janeiro. O cálculo é feito a partir da soma de todos os registros dos últimos sete dias, dividida por sete. Somente nas últimas 24 horas houve a confirmação de 1.150 casos fatais e o total de vidas perdidas para a covid chegou a 242.090.

Saiba o que é o novo coronavírus

É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.

Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

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