Sem direitos garantidos, trabalhadores da Cearáportos podem fazer greve geral

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Para barrar a implementação da reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), em vigor desde novembro do ano passado, trabalhadores da Cearáportos estão se mobilizando para uma greve geral da categoria na próxima semana.

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará (Mova-se) iniciou a negociação da Campanha Salarial 2018 com a empresa há nove meses. No início, a contraproposta da Cearáportos foi de aumento real zero. Depois de muita luta dos trabalhadores, a empresa chegou a um aumento real de 0,044%, mas não mudou de ideia sobre usar a nova lei Trabalhista para atacar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Desde a última reunião de negociação salarial na semana passada com representantes da empresa, o Mova-se vem conversando e esclarecendo os trabalhadores e as trabalhadoras sobre o que está por trás da contraproposta da Cearáportos.

Na próxima semana, o sindicato vai convocar uma assembleia dos trabalhadores e das trabalhadoras e definir a data e como será a greve contra os retrocessos que a empresa que impor para a categoria.

Segundo um trabalhador da Cearáportos que não quis se identificar por medo de represálias e de perseguição, prática antissindical comum na empresa, eles querem acabar com a ultratividade, a garantia de que os direitos coletivos da categoria serão mantidos até a assinatura de um novo acordo seja assinado. Com isso, a empresa pode acabar com direitos como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

“Se assinarmos o acordo que a empresa está propondo hoje, a partir de 2019 a gente passa a negociar o ACT do zero e nada nos garante que os direitos que temos hoje serão preservados. Sem esta maldade da reforma Trabalhista, o acordo coletivo tem poder de lei e a gente só discutiria mais direitos e mais benefícios”, explicou o trabalhador da Cearáportos.

Bastidores

Segundo o trabalhador da Cearáportos, os funcionários já estão percebendo a manobra da empresa em deixar o ACT como está hoje, propondo menos de meio porcento no aumento real, mas querendo deixar em aberto a negociação do próximo ano.

“Na última quarta-feira, 12, o sindicato foi proibido de entrar para conversar com os trabalhadores no local de trabalho. Mesmo a entidade apresentando documentos, não pode ter acesso às dependências da empresa”, afirmou o trabalhador que não quer ser identificado com medo de represálias e perseguição.

Ele também disse que “os trabalhadores estão angustiados com medo de retrocessos e estão abalados com este clima que se arrasta há nove meses. Uns estão se queixando de crises de ansiedade e outros de problemas com sono”, denuncia o trabalhador que é sindicalizado no Mova-se, que representa dois mil trabalhadores no ramo e 70 efetivos do Cearáportos.

Sobre os impactos da greve

A Cearáportos administra o Porto de Pecém, instrumento estratégico para a economia brasileira. Existe um complexo industrial por trás, siderurgia, cimento, agricultura, aerogeradores, entre outras que importam e exportam através do porto.

“É o porto brasileiro que mais exporta frutas e importa ferros para a produção de aço. Paralisar esta estrutura vai mexer drasticamente com a economia do país e isto demonstra a irresponsabilidade da direção da empresa e do governo, que se mantêm calados com estas barbáries”, afirmou o trabalhador da Cearáportos.

Segundo ele, já que a empresa é pública, “o governo precisa se manifestar, porque o sindicato não vai abrir mão de direitos e nem acatar esta proposta da reforma trabalhista. Queremos mais conquistas e avanços para categoria e não retrocessos”, finalizou.

Fonte: CUT Brasil
Link: https://bit.ly/2zlHhYw

 

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Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará – Mova-se
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