Ato público em alusão ao Dia Nacional contra a Intolerância Religiosa

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Desde o ano de 2007, o 21 de janeiro é marcado, em todo o Brasil, por atividades em alusão ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A Constituição Federal assegura a todos e todas a liberdade religiosa ao determinar ser “inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”. O Dia Nacional foi criado pelo ex-presidente Lula, mediante a Lei nº 11.635. Fortaleza permanece unida a essa corrente, dando seguimento às ações em repúdio a esse crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana. Um ato público com tribuna livre organizado pela CUT-CE e diversos movimentos sociais ocorrerá nesta quarta-feira (21/1), a partir das 16 horas, na Praça do Ferreira.


“Nosso objetivo principal é discutir e divulgar a lei nacional contra intolerância religiosa”, explica o secretário de Combate ao Racismo da CUT-CE, Antônio Ricardo Lima, um dos organizadores do ato. Além da Central, a atividade desta quarta-feira tem a organização e participação de movimentos como: Associação Brasileira das Vítimas do Preconceito Religioso (Abrauipri), União de Negros pela Igualdade (Unegro), Associação Cultural Afrobrasileira Pai Luís de Aruanda, Movimento Político Umbandista (MPU) eMovimento Organizado dos Trabalhadores/as Urbanos (Motu).


Para Antônio Ricardo, mesmo em menor grau quando comparado a diversos países, a intolerância religiosa também se faz presente no Brasil. “Aqui, quem é vítima no dia a dia são os terreiros de umbanda, candomblé e religiões de matrizes africanas que precisam ser respeitadas pela população”, enfatiza. Ainda de acordo com o dirigente, membros de várias religiões também costumam usar meios de comunicação para atacar aqueles que possuem outras crenças.

Por mais diálogo e justiça


“Não podemos ter ódio a outra pessoa só porque ela tem religião diferente ou pensa de forma diferente à nossa”, assevera o funcionário do Sindicato dos Bancários do Ceará Paulo Rogério Gomes de Sousa. Ele é conselheiro da direção nacional da Unegro e preside a entidade no Estado. Segundo ele, todas as leis que buscam os princípios da equidade em diversas ordens são desrespeitadas de alguma forma. “Temos um racismo institucionalizado e a intolerância religiosa é uma das faces desse racismo”, diz.


De acordo com Paulo Rogério, tanto pessoas físicas quanto entidades precisam se organizar mais em prol da aplicação do que rege a Constituição. “As pessoas têm de ter coragem de buscar seus direitos. São atitudes concretas na busca de justiça que poderão inibir a intolerância e o racismo. É necessário denunciar. Cada religião tem um dogma, uma doutrina. Devemos debater com o outro, e nunca desrespeitá-lo em virtude de qualquer diferença de crença”, enfatiza o presidente da Unegro Ceará.

21 de janeiro

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007 pela Lei nº 11.635, em homenagem à religiosa do candomblé “Mãe Gilda”, do terreiro Axé ­Abassá de Ogum, de Salvador (BA). Nascida Gildásia dos Santos e Santos, Mãe Gilda faleceu no dia 21 de janeiro de 2000, devido a um enfarte que sofreu logo após ver sua foto estampada no jornal evangélico Folha Universal. Sua imagem ilustrava a manchete “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. Nove anos depois da morte e dois anos após a criação da Lei 11.635, a Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a indenizar os herdeiros da religiosa, num valor total de R$ 145,2 mil.

SAIBA MAIS:

Informações sobre a União de Negros pela Igualdade (Unegro) no Ceará: unegroce@hotmail.com ou pelo telefone (85) 8670.1828

Site da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa: http://ccir.org.br/

Mapa da intolerância religiosa e violação ao direito de culto no Brasil: http://bit.ly/mapaIntolerancia

SERVIÇO:

O quê: Ato público em alusão ao Dia Nacional contra a Intolerância Religiosa

Quando: 21 de janeiro, quarta-feira, a partir das 16 horas

Onde: Praça do Ferreira, em Fortaleza (CE)


Fonte: CUT-CE

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